Osteossíntese Espinhal complicada por osteólise pós-operatória e estenose foraminal 

P.V.P. Helito, MD1; F. Calado, BS1; D.C. Silva, BS1; P. Bertolazzi, BS2

1 Departamento de Radiologia, Hospital das Clínicas – InRad, Sao Paulo, Brazil

2 Siemens Healthineers, LAM 

2022-03-25

Paciente do sexo feminino, 52 anos, portadora de estenose do canal medular, mielopatia e radiculopatia, foi submetida à osteossíntese da coluna há um ano. Retornou ao hospital queixando-se de dor lombar crônica e refratária, com piora nos últimos 5 meses, com irradiação e paresia do membro inferior direito. Uma Tomografia Computadorizada de Dupla Energia (TCDE) foi realizada para avaliar a integridade e a posição do dispositivo de osteossíntese e descartar a destruição osteolítica, bem como a compressão do canal medular e do neuroforaminal. 

Imagens de TCDE exibidas em 70 keV (equivalente a 120 kV da TC convencional) mostraram artefatos metálicos graves, causados pelo dispositivo de osteossíntese, que estava intacto. Os artefatos foram significativamente reduzidos nas imagens exibidas em 140 keV. Uma translucidez foi observada ao redor das margens do parafuso no ílio direito, indicando osteólise. Uma estenose foraminal direita, comprimindo a raiz nervosa em L5-S1, também foi visualizada. Não havia sinais de estenose do canal vertebral. 

Cinematic volume rendered images, using monoenergetic images displayed at 140 keV, clearly show an intact osteosynthesis device implanted in the lower back. The same structures are blurred and hard to interpret when using monoenergetic images displayed at 70 keV.
Cortesia do departamento de radiologia, Hospital das Clínicas – InRad, Sao Paulo, Brasil

Fig. 1: Reconstruções renderizadas de volume cinematográfico, usando imagens monoenergéticas exibidas em 140 keV (Figs. 1a e 1b), mostram claramente um dispositivo de osteossíntese intacto implantado na região lombar. As mesmas estruturas são borradas e difíceis de interpretar ao usar imagens monoenergéticas exibidas em 70 keV (Fig. 1c). 

An axial image, displayed at 140 keV, clearly shows osteolytic changes around the right iliac screw margins. The 70 keV image is more challenging to interpret due to severe metal artifacts. Both images are presented at the same window settings.

Courtesy of Radiology Department, Hospital das Clínicas – InRad, Sao Paulo, Brazil

Fig. 2: Imagem axial, exibida em 140 keV (Fig. 2a), mostra claramente as alterações osteolíticas (seta) ao redor das margens do parafuso ilíaco direito. A imagem de 70 keV é mais difícil de interpretar (Fig. 2b) devido a artefatos metálicos graves. Ambas as imagens são apresentadas nas mesmas configurações de janela. 

Metal artifacts are significantly reduced in an axial image displayed at 140 keV, however a right foraminal stenosis, compressing the nerve root at L5-S1, is more clearly demonstrated in the image displayed at 70 keV. Both images are presented at the same window settings.

Courtesy of Radiology Department, Hospital das Clínicas – InRad, Sao Paulo, Brazil

Fig. 3: Artefatos de metal são significativamente reduzidos em uma imagem axial exibida em 140 keV (Fig. 3a), porém uma estenose foraminal direita, comprimindo a raiz nervosa em L5 -S1 (seta), é mais claramente demonstrada na imagem exibida em 70 keV (Fig. 3b). Ambas as imagens são apresentadas nas mesmas configurações de janela. 

A TC é comumente realizada para avaliação pós-operatória em pacientes ortopédicos com osteossíntese da coluna vertebral. No entanto, os artefatos metálicos causados pelos dispositivos de osteossíntese impõem um desafio diagnóstico significativo na interpretação precisa da TC. Para superar esse desafio, é aplicada uma técnica de varredura TwinSpiral, para adquirir duas varreduras sucessivas em direções opostas e em diferentes configurações de kV e mA. A segunda varredura usa um filtro de estanho para otimizar a separação espectral dos materiais, melhorando os resultados das imagens. Essa abordagem tem menor coerência temporal e, portanto, é focada em imagens de estruturas estáticas, como uma coluna vertebral com um dispositivo de osteossíntese. As imagens adquiridas são processadas usando syngo.CT DE Monoenergetic Plus, que permite aos usuários exibir imagens monoenergéticas dentro de uma gama de 40–190 keV. Artefatos metálicos podem ser efetivamente reduzidos gerando imagens extrapoladas para energias de fótons mais altas, como 140 keV neste caso, facilitando a identificação de alterações osteolíticas ao redor de um parafuso solto. Por outro lado, observa-se também que a resolução de contraste para avaliação de tecidos moles está bem preservada em energias de fótons mais baixas, como 70 keV neste caso, levando a uma melhor apreciação da raiz nervosa comprimida. TwinSpiral DE permite que imagens monoenergéticas sejam exibidas em diferentes níveis de energia de fótons, auxiliando no diagnóstico preciso e otimizando o fluxo de trabalho. 

Tomógrafo

Área de varredura

Coluna

Modo de varredura

Spiral

Comprimento de varredura 

538.8 mm

Direção de varredura

Caudo-cranial/ Caudo-cranial 

Tempo de varredura

28 s

Tensão do tubo

100 / Sn140kV

Effective mAs

110 / 347 mAs

Modulação de dose

CARE Dose4D

CTDIvol

15.24 mGy

DLP

857 mGy*cm

Tempo de Rotação

0.5 s

Pitch

0.5

Colimação

64 x 0.6 mm

Espessura de corte

1.5 mm

Incremento

1.0 mm

Filtro de reconstrução

Qr40